terça-feira, 19 de julho de 2011

O cheiro do ralo

Adorava a bunda dela. Era uma bunda redonda, branca, macia, charmosa. Sim: uma bunda charmosa. Tudo bem que o restante do corpo não era lá tão charmoso assim; mas a bunda ... Ah, que bunda! Pagaria quinhentos só pra tê-la pra mim. Ainda que eu pudesse tê-la de graça, pagaria. Pagaria porque tem coisas que precisam ser valorizadas.

Quando ia à lanchonete pela manhã, barbado, com a minha cara de zumbi, só conseguia olhar pra quela bunda. O hambúrguer gorduroso chegava a ficar sem gosto. Nada importava. Eu só via a bunda, aquele ente rechonchudo, coberto por uma calça jeans apertada.

Caso contigo, pensei. Caso contigo agora. Só não vamos poder trocar alianças, claro. Mas caso contigo, amor.