segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma pedra inquebrantável

Esses dias peguei o meu celular e comecei a apagar algumas mensagens. Mensagens antigas. Mensagens recentes. Elas pareciam fotos verbais. Cada uma delas trazia a sua história, o seu tempo.

Estariamos fadados, pensei, à efemeridade do agora?

As trocas de carinho com a namorada que já se foi; os convites dos amigos para tomar cerveja; as mensagens de "feliz natal", "feliz ano novo"; as paqueras com as meninas. Estava tudo lá. Tudo documentado. Tudo angustiantemente estático. O passado me soou como uma pedra inquebrantável.

E esse esvair incessante do tempo ... que loucura! já nem parece que vivo. A vida como uma sucessão de eventos aleatórios, norteados pelo acaso. Cem porquês. Sem porquês.

Se eu me transformo a cada segundo; se todo o meu agora vira ontem; quem sou eu, afinal? Um eterno porvir?

O que faço agora? Vivo? Morro de viver?

No fim, tudo vira história.

3 comentários:

  1. Tudo vira história e muito bem registrada, com data, hora, dia e local...aff,tem horas que isso cansa mesmo! Beijos

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  2. Sempre tive uma resistência para (ou "resistência em" oh, duvida cruel) apagar mensagens velhas do celular por causa disso: cada uma delas representava um pedacinho de uma coisa que talvez eu quisesse guardar. Cada uma delas era prova unica de que aquela coisa havia acontecido.

    Depois de alguns assaltos e algumas perdas, percebi que o que é mesmo importante a gente guarda sem precisar de um artefato que o lembre. Nem bilhete, nem flor murcha, nem embalagem de Freegells.

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  3. Olhar álbum de fotos antigas é uma coisa. Redescubro coisas que achava impossível de eu ter feito um dia. Havia me esquecido totalmente.....http://grandeonda.blogspot.com

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