Não posso mentir para vocês. Preciso externalizar a minha angústia e o meu sofrimento - calma, não falarei sobre Copa - e perguntar: o que eu lá tenho a ver com a vida do jogador Bruno do Flamengo? Se ele fazia orgias, lindo; se ele tinha amante, maravilhoso; se ele a matou e a esquartejou e a trucidou, sinceramente, eu não estou nem aí!. Claro que, como um bom cidadão, iria me chocar com tamanha brutalidade. De qualquer sorte, não é preciso que o goleiro Bruno do Flamengo - acho que repetir esse nome por mais de 3 vezes ao dia pode trazer azar. Cuidado! - saia na capa da revista Veja. Sua miopia ainda não alcançou os cinco graus: tem a cara de um jogador de futebol na capa de uma revista famosa porque ele supostamente matou uma amante. A cara do sujeito está lá, estampadíssima.
Precisava desse desabafo. Sinto-me até mais leve agora. Obrigado.
Cabe, por fim, parafrasear o sociólogo Bauman, que destaca que vivemos em uma época em que, dada a irrelevância dos aspectos políticos e públicos, o único assunto que realmente importa ou chama a atenção é o que cada um faz da sua vida particular.
Em curtíssimas palavras: o que eu faço da minha vida, o que você faz da sua vida, o que o goleiro Bruno faz da vida dele é o que realmente importa.
Haja fofoca!
É por isso que até as margens "flácidas" andam ouvindo. E ouvindo até de pirilampo!
bem lembrado, o Bauman.
ResponderExcluirA Veja, assim como TODOS os veículos de informação (?!) gostam mesmo é de showrnalismo. "Olha que prato cheio: Um homem (famoso diga-se de passagem), goleiro do Flamengo(é preciso repetir), sumiu com a amante, matou, esquartejou, fritou e serviu aos colegas como aperitivo em outras orgias. O povo vai adorar!"
ResponderExcluirSumiu? tirou férias? abandonou o blog? teve um bloqueio? Onde vc se meteu?
ResponderExcluirEstou muito sumido. Fato. É que preciso resolver alguns problemas, inclusive do meu fiel amigo computador. Além disso, também venho querendo - gerundismo em homenagem ao Pasquale - encontrar um texto ideal, à altura de sabe lá o quê. Talvez à altura do inatingível. Daí o meu sumiço. Preciso só de uma colher de chá de coragem para me resignar com o fato de que o texto, quando sai da cabeça para o papel, quando sai do abstrato para o concreto, torna-se inexoravelmente alvo de críticas severas. E o pior: críticas até mesmo oriundas de você, o autor da "obra", o responsável e culpado por fazer esse movimento, por dar uma carona às sinapses mentais até a terra. Não é raro imaginar contos e pensar: "Nossa, que legal. Que legal. Nossa!", e a reboque vir a preocupação de não conseguir escrever com uma precisão cirúrgica, machadiana. Acho que estou em uma fase de depressão literária, mas que, sem dúvidas, passará. Apesar da fase ruim por que passo, não deixo de caminhar pelo seu blog. É fonte inesgotável de inspiração.
ResponderExcluirVocê acha que eu também não tenho pavor das críticas, dos outros ou de mim mesma, até da escrita em si? Acho que por isso não uso e-mail com meu nome, nem assino postagens. Aqueles textos nada mais são do que um ensaio, um teste, uma verificação ou ainda um exercício de aprendizado, escondidos atrás de um pseudônimo. O blog é da Lady Murphy, quase uma entidade virtual, não da Marcia, a pessoa. Muito embora as ideias sejam da pessoa.
ResponderExcluirEu odeio tudo que escrevo, até por isso o único leitor do blog que me conhece pessoalmente é você-a vergonha está na cara, se não me vê, não há motivos pra me causar rubor.
Além disso, não penso muito antes de clicar em "publicar postagem", se assim fizesse, o blog certamente só teria os textos bêbados de outrora que, ao meu ver, são bem inferiores aos atuais.
Acho também que você só irá conseguir essa precisão cirúrgica fazendo "residência". A prática leva à perfeição.
Ou talvez (sinto desiludi-lo) a perfeição (ao menos no texto) não exista.
Espero (esperando mesmo) que não exija tanto de si mesmo e escreva até quando nada acontecer. O pensamento não depende do acontecimento.