segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A cor do amor e a culpa do arrepio

Assim como tudo que existe no mundo, o amor muda. O amor de dez anos nunca é igual àquele de um ano, que, por sua vez, já não é mais igual àquele do primeiro encontro, do primeiro beijo. Não é que o amor acabe. É que ele muda de forma e de cor.

O amor dos longos relacionamentos se transforma em uma frase decorada. Conhecem-se as vírgulas, os pontos e as letras. Só que em cada período de sua vida, a frase terá um tom diferente. Com o amor também assim.

Você conhece a rotina: à noite, a conversa sobre o trabalho; nos finais de semana, uma saidinha para alguma festa ou bar; no fim do mês, o debate sobre as contas do supermercado. Com a rotina, você passa a conhecer o gosto e o jeito do outro. E em cada período do relacionamento, o amor ganha uma tonalidade diferente.

O amor tem períodos: a fase do êxtase; a fase do "cansei"; a fase do naufrágio; a fase do voo; a fase do "tá tudo perdido". Fases.

E é porque queremos sempre o novo, sempre o novo carrinho, a nova boneca; é por causa disso que o novo amor também nos encanta. Então, quando aquele amor já não está mais na fase das expectativas, do êxtase, vai-se em busca do arrepio.

Vai-se em busca daquela ou daquele cujas carícias tem uma cor diferente. Lembre-se: aquele velho amor não acabou. O problema é que manter saudável um amor velho é tarefa das mais árduas. Quer-se o novo. Quer-se a decolagem. E o engraçado é que se quer o novo mesmo sabendo que ele vai ficar velho.

Sabemos o caminho do amor. Sabemos das fases do amor. Mas nunca cansamos do amor, em especial do novo amor.

Acho que é tudo culpa do arrepio.

2 comentários:

  1. Até que enfim resolveu dar as caras novamente!
    Sabe que outro dia estava lendo um texto creditado a Arnaldo Jabor (mas imagino que seja... como é mesmo a palavra... que nome se dá a alguem que credita um texto a alguém famoso a fim de que se propague a ideia? Você deve saber. Pois bem, é isso) que dava algumas sugestões de como fazer um casamento durar muito. A principal delas era a inovação. Mesma coisa cansa. E o novo é sempre melhor. Mas a gente pode experimentar periodicamente o novo, mesmo com o velho amor. Coisas pequenas. Um novo cabelo, novos lugares que frequentar, novos amigos talvez.
    Quando pensamos em relação estável, acho que a primeira coisa que imaginamos são pessoas gordas. No texto falava algo acerca disso também. Se quando nos separamos, ou terminamos para aqueles que ainda não chegaram a casar, emagrecemos 10kg em um mês! Precisamos estar apresentáveis, aprumados por assim dizer, para a nova conquista. E por que não estar apresentável e aprumado para aquele que já temos?
    Cair na rotina é mesmo uma desgraça, mas não acho que por isso devemos sair por aí trocando de par incansavelmente. Melhor é curtir o novo com aquele que amamos para nunca deixar que se torne o velho amor.

    p.s.: ainda bem que eu, mesmo casada, não sou dessas que deixa a acomodação tomar conta. Tenho até um certo orgulho em dizer que tenho 49kg para 1,65m e estou melhor agora do que quando mais nova, quando tinha certeza que o frescor da juventude não terminaria tão cedo.

    p.s.2:por falar em amor, como vai o seu?

    p.s.3: associo casamento com amor porque sou casada. Sei que o seu texto não tratava DE casamento,mas para mim é impossível não fazer a ligação.

    ResponderExcluir
  2. Resolvi mesmo dar as caras! Esse assunto ficou entalado na minha garganta por algum bom tempo.

    Suas palavras sobre o amor foram bem otimistas. Até concordo, mas, como eu mesmo disse no texto: "manter saudável um amor velho é tarefa das mais árduas".

    Quanto ao meu amor, diria que continuo amando boa parte de tudo que faço, então acho que ele está bem.

    :)

    ResponderExcluir